Mesmo sem uma real ameaça, o HUOC, referência também para pacientes com tuberculose, HIV e sarampo, está preparado para acolher possíveis casos de ebola, no Setor de Isolamento que possui 32 leitos. “Trabalhamos ainda com a Central de Regulação para ir em busca de outros leitos e outras unidades, a exemplo do Hospital Otávio de Freitas”, explicou. O Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen) também está a postos para fazer a coleta de material com todos os cuidados exigidos. O Lacen, junto com uma equipe do Ministério da Saúde, faz o recolhimento e envia para o Instituto Evandro Chagas, especializado em vírus exóticos, localizado no Pará, onde será realizada a sorologia, exame que detectará o vírus.
De acordo com Demétrius Montenegro, o surgimento de uma primeira notificação no Estado, só mesmo tratando-se de um viajante. A rede estratégica ficará de sobreaviso a cada avião ou navio que tenha partido ou feito escala nos quatro países da África Ocidental que estão atualmente afetados pelo surto de ebola (Libéria, Serra Leoa, Nigéria e Guiné). Se for identificada a presença de alguém com sintomas suspeitos (como febre, vômito ou diarreia), o transporte será feito, com todos os cuidados necessários ao HUOC. No entanto, caso o viajante demonstre os sintomas depois de chegar em solo pernambucano (no caso do deslocamento ter sido feito durante o período de incubação, quando a doença não é detectável), as unidades de saúde devem notificar imediatamente os órgãos de vigilância à saúde.
Por isso é necessária atenção maior nos portos e aeroportos. A Anvisa tem a programação de chegada de todos as embarcações nos portos brasileiros. Mesmo sem suspeita de qualquer doença, incluindo o ebola, a chegada de um navio proveniente de qualquer país africano deve ser comunicado. Já o Aeroporto Internacional dos Guararapes não recebe voo direto de países africanos. Demétrius Montenegro faz outro alerta, não criar pânico e muito menos preconceito entre as pessoas que chegam de países africanos, a exemplo de Angola. Segundo ele, o estado tem muitos pernambucanos trabalhando no país, onde existem muitos casos de malária, mas não do ebola. “A malária é uma doença com maior frequência e consequente mais preocupante”, afirmou. (FolhaPE)